Câncer de Mama: Incidência e Fatores de Risco

No Mundo 1

O câncer é doença multifatorial, prevalente no mundo. A Organização mundial de Saúde estimou incidência de 18,1 milhões de novos casos e 9,6 milhões de mortes para o ano de 2018.  Destes, o câncer de mama é responsável por cerca de 2,1 milhões de casos novos a cada ano em todo o mundo.

 

Nos EUA 2

Estima-se para 2019 a ocorrência de 271.270 novos casos de câncer de mama, sendo 268.600 em mulheres e 2.670 em homens. Nesse mesmo ano, está doença acarretará mais de 42 mil óbitos. O câncer de mama é responsável por cerca de 30% de todas as neoplasias que acometem as mulheres (Figura 1) e, estima-se que 1 a cada 8 mulheres norte-americanas desenvolverão a doença ao longo da vida. Nas últimas décadas, todos os anos, ocorreu aumento acumulativo na incidência de cerca de 0,4%. Com a disponibilização de tratamentos mais efetivos houve redução importante da mortalidade. A média de idade no diagnóstico é de 62 anos. Quando a doença está localizada apenas na mama, a sobrevida em 5 anos é de 98,7%

Gil Facina

No Brasil 3

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimou, para 2018, 59.700 casos novos de câncer de mama em mulheres no Brasil, com ocorrência de cerca de 31 mil casos novos na região sudeste. O Estado de São Paulo é responsável por 16.340 casos. A incidência anual média no Brasil, por 100 mil mulheres, é de 56,3 casos e varia de acordo com a região (Figura 2).

Gil Facina

Fatores de Risco 4, 5

O câncer de mama é considerado doença multifatorial na qual a associação de diversos fatores pode se somar e desencadear a patologia.

 

Os principais fatores de risco são classificados em “não modificáveis”, ou seja, o indivíduo não consegue alterá-lo e há os fatores “modificáveis” cuja modificação pode reduzir o risco individual. A Figura 3 apresenta os principais fatores associados ao câncer de mama.

  • Sexo: O gênero feminino tem risco 100 vezes maior que o masculino.

 

  • Idade: A incidência aumenta com o passar dos anos.

 

  • É mais frequente em caucasianos.

 

  • Menstruação: A menarca (início da menstruação) antes dos 11 anos e/ou o término (menopausa) após os 55 anos pode elevar a incidência.

 

  • Nuliparidade: não engravidar.

 

  • História familiar de câncer de mama em parente de 1º grau (mãe, filha ou irmã) eleva o risco, e muitas vezes, o rastreamento da doença precisa ser mais frequente e diferenciado.

 

  • História pessoal de doença mamária (prévia), tais como câncer de mama invasivo, câncer de mama ductal in situ e biópsias com achados de lesões precursoras (HDA, HLA, NLIS) elevam as chances de ocorrer a doença.

 

  • Portadora de mutação genética deletéria, tais como as mutações tipo BRCA1, BRCA2, P53, PTEN, entre outras. Vale ressaltar que menos de 20% dos casos são causados por herança familiar, ou seja, decorrente de mutação genética herdada, ou seja, mais de 80% dos casos de câncer mamário são esporádicos causado por mutação adquirida ao longo da vida. Essa alteração celular adquirida pode ser decorrente de ação de alimentos contaminados, infecção viral, irradiação ambiental, toxinas, entre outras causas.

 

  • Fatores Reprodutivos: ter filho em idade jovem, ou seja, antes dos 35 anos, é considerado fator protetor. A amamentação prolongada também pode reduzir o risco. A cada nova gravidez se aumenta a proteção.

 

  • A obesidade é considerada fator de risco, principalmente na pós-menopausa.

 

  • O sedentarismo aumenta o risco, por outro lado, a prática de exercícios físicos moderados ou intensos, com frequência mínima de 5 horas por semana, reduz o risco em cerca de 30%.

 

  • Etilismo: Ingesta de bebidas alcoólicas aumenta o risco proporcionalmente a quantidade ingerida por dia.

 

  • Tabagismo é considerado fator de risco e está diretamente relacionado com a intensidade e a precocidade do hábito. Mulheres que iniciaram com o hábito antes do primeiro parto tem risco aumentado. 

 

  • Exposição a hormônios, tal como terapia hormonal combinada com estrogênio e progesterona.

 

  • Tratamento prévio com radioterapia no tórax em idade jovem.
Gil Facina