A crioterapia (tratamento por meio de aplicação de frio) foi primeiramente utilizada pelos egípcios para tratamento de processos inflamatórios em 2500 AC. Em meados do século XIX foi empregado de forma empírica no tratamento de cânceres de pele, colo de útero e mama.
Mais recentemente se desenvolveu aparelhos que utilizam nitrogênio líquido ou outros agentes, tais como óxido nitroso, dióxido de carbono, argônio, entre outros, capazes de resfriar intensamente o tecido-alvo e levar à destruição celular. Está forma de destruição do tumor por meio de frio intenso é denominado de crioablação (Figura 1).
Em 2005 Littrup et al. trataram 29 pacientes com tumores benignos de mama (fibroadenoma) e observaram bons resultados. Esse mesmo autor, em 2009, publicou estudo sobre o tratamento de focos de tumor em 11 pacientes com câncer de mama e os resultados mostraram controle de focos tumorais pequenos (1).
Em 2016, o estudo (ACOSOG Z1072) avaliou o sucesso de tratamento de 87 pacientes com câncer de mama inicial (tumor de até 2 cm em pacientes com média de idade de 61 anos), e observou que o tratamento foi efetivo em 66 pacientes (75,9% dos casos). (2)
Conclui-se que a crioablação é técnica minimamente invasiva promissora, tais como outras que estão sendo estudadas (laser, radiofrequência, micro-ondas e ultrassom de alta intensidade), e no futuro poderão fazer parte do arsenal para o tratamento do câncer de mama inicial.
Figura 1 . Esquema didático: o crioprobe é direcionado com auxílio do ultrassom até o centro do tumor da mama e a lesão é resfriada até a destruição do tecido.